05 fevereiro, 2006

Estou em fase de rearrumação do meu blog, graças a Helena, minha filha, que me guia neste espaço. Foi ela quem o rebatizou, lembrando-se de nosso amigo Pernambuco, e deu cara nova a minha página. Dos meus desenhos, ela escolheu um Exu e dois anjos para guardar este espaço. Aprendi com ela também a usar o porta-arquivos, para onde deslocarei ensaios e artigos maiores (não há muito enchi o blog com um grande estudo, que aí coloquei para facilitar o acesso dos meus alunos a um texto didático; agora já sei onde pôr essas coisas, não comprometerei mais a economia blogiana). Farei aqui comentários curtos, ou, quando nada, menos extensos. Começo por dois comentários a notícias de jornal. Primeiro, ao que li no jornal A TARDE de sexta-feira passada (3/2/06) em uma boa reportagem de Levi Vasconcelos (p.11) sobre boas novas do Judiciário na Bahia, relativas ao combate ao nepotismo, combate que tem encontrado resistência feroz entre muitos magistrados. À margem do tema central, o jornalista observa que apesar de uma resolução em contrário (a Resolução 08/2002) persiste entre os senhores juízes o hábito de dar a bem público nome de pessoa viva: o de colegas seus, geralmente. Deve-se notar que não se trata de uma exclusividade do Judiciário. Dar nome de pessoas vivas a logradouros públicos é proibido pela Lei .454 de 06 de outubro de 1977, como lembra o mesmo repórter. Mas esse hábito ridículo continua inabalável. É repugnante que legisladores, juízes, autoridades do Governo insistam em masturbar-se uns aos outros com essas homenagens espúrias, insultando o público com sua ridícula vaidade. Na Bahia mesmo, um único e notório cacique dá nome a centenas de ruas, avenidas, praças etc. em numerosas cidades do estado que considera um feudo seu. Se o Judiciário quiser mesmo purificar-se e purificar os costumes da classe dirigente, deve tomar uma providência. Sugiro que o Ministério Público exija imediatamente atestado de óbito de todos esses homenageados, concedendo que eles poderão manter a distinção se honrarem o atestado; se não o fizerem, que sejam considerados oficialmente mortos desde já.

A segunda notícia que quero comentar vem da Folha de São Paulo de sábado, 4 de fevereiro de 2006. Mário Hugo Monken revela que no Rio de Janeiro narcotraficantes impuseram nova lei; segundo decidiram esses barões do crime organizado, umbanda e candomblé estão proibidos nas favelas do Rio de Janeiro. O criminoso Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho, que se diz evangélico, determinou o fechamento de vários terreiros no Morro do Dendê (Ilha do Governador) nos últimos meses. O mesmo acontece nas favelas de Jacarezinho, Mangueira, Manguinhos e Vigário Geral. A medida é para contentar igrejas "evangélicas", dessas novíssimas de neopentecostais de missão que proliferam ultimamente e promovem uma sórdida campanha de difamação e perseguição das religiões afro-brasileiras, apoiadas na leniência das autoridades. O repórter assinala que a polícia já flagrou a participação de traficantes em cultos próximos a pontos de venda de drogas. Não é segredo para ninguém a ligação entre essas "igrejas" e o crime organizado. Elas na verdade participam da organização criminosa; são grandes lavanderias de dinheiro. Lembram-se do pastor que foi surpreendido pela Polícia Federal enchendo um jatinho com sacos de dinheiro? Acontece que esses "pastores" têm bancada no Congresso, têm votos e poder de compra de votos; por isso são paparicados por quem teria obrigação de coibir sua ação deletéria. Triste Brasil.

1 Comments:

Blogger Marti said...

Concordo com o Agrestino a respeito do primeiro comentário e digo mais: devemos sempre obedecer nossos filhos. He he!

Não fique stressado, pai, quando eu for juiz, a Avenida Sete vai se chamar Ordep Serra e todo mundo vai brincar carnaval em você. E quando eu for traficante, vou proibir todos os cultos, permitindo apenas centros de estudo de ufologia. Nos prepararemos para a invasão!

quarta-feira, 08 fevereiro, 2006  

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